Chega de decorar as terminações dos adjetivos em alemão! Uma história para você entender de uma vez por todas

Compartilhar artigo
Tempo estimado de leitura 5–8 min

Chega de decorar as terminações dos adjetivos em alemão! Uma história para você entender de uma vez por todas

Quando se fala em alemão, o que mais te dá dor de cabeça?

Se a sua resposta é "terminações dos adjetivos", parabéns, você definitivamente não está sozinho(a). Aquelas terminações que mudam de acordo com o gênero, número e caso do substantivo, como um pesadelo, são praticamente o "primeiro grande obstáculo" que desmotiva os iniciantes.

Todos nós já passamos por isso: encarando uma tabela complexa de declinações, coçando a cabeça e decorando à exaustão, para no final errar na primeira frase que tentamos dizer.

Mas e se eu te dissesse que as variações dos adjetivos em alemão, na verdade, não precisam ser decoradas de forma maçante? Por trás delas, existe um conjunto de "regras de trabalho" muito inteligente, e até mesmo elegante.

Hoje, vamos usar uma história simples para te ajudar a desmistificar essa lógica de uma vez por todas.

Um funcionário que "lê a mente" do chefe

Imagine que cada sintagma nominal em alemão é uma pequena equipe com funções bem definidas.

  • Artigo (der, ein...) = Chefe
  • Adjetivo (gut, schön...) = Funcionário
  • Substantivo (Mann, Buch...) = Projeto

Nessa equipe, a função principal do funcionário (adjetivo) é uma só: preencher as lacunas e complementar.

A principal responsabilidade do chefe (artigo) é deixar claras as informações cruciais sobre o projeto (substantivo) — ou seja, seu "gênero" (masculino/neutro/feminino) e seu "caso" (a função na frase).

E o funcionário (adjetivo) é muito "esperto": ele primeiro observa o quanto o chefe já fez do trabalho, para só então decidir o que ele próprio precisa fazer.

Com essa premissa em mente, vamos analisar três "cenários de trabalho" comuns.

Cenário 1: O Chefe é super competente (Variação Fraca)

Quando aparecem no time artigos definidos como der, die, das, é como se chegasse um chefe super competente e com instruções claras.

Veja:

  • der Mann: O chefe te diz claramente que o projeto é "masculino, nominativo".
  • die Frau: O chefe te diz claramente que o projeto é "feminino, nominativo".
  • das Buch: O chefe te diz claramente que o projeto é "neutro, nominativo".

O chefe deixou todas as informações cruciais bem claras, o que o funcionário (adjetivo) precisa fazer?

Nada! Ele pode "enrolar" à vontade!

Ele só precisa adicionar simbolicamente -e ou -en ao final, como um "Lido e entendido", e o trabalho está feito.

Der gut_e_ Mann liest. (O bom homem está lendo.)

Ich sehe den gut_en_ Mann. (Eu vejo o bom homem.)

Regra essencial: Se o chefe é forte, eu sou fraco. Se o chefe fornece todas as informações, o funcionário usa as terminações mais simples. É o que chamamos de "variação fraca". Não é simples?

Cenário 2: O Chefe não veio hoje (Variação Forte)

Às vezes, não há chefe (artigo) no time. Por exemplo, quando você fala de algo de forma genérica:

Guter Wein ist teuer. (Bom vinho é caro.)

Ich trinke kaltes Wasser. (Eu bebo água fria.)

O chefe não está, ninguém para fornecer as informações de "gênero" e "caso" do projeto, e agora?

Nesse momento, o funcionário (adjetivo) precisa se destacar e assumir toda a responsabilidade! Ele não só descreve o projeto, como também tem que explicitar todas as informações cruciais (gênero e caso) que o chefe não forneceu.

Por isso, você vai perceber que, nessa situação de "chefe ausente", as terminações do funcionário (adjetivo) são quase idênticas às do "chefe super competente" (artigo definido)!

  • der → guter Wein (masculino, nominativo)
  • das → kaltes Wasser (neutro, acusativo)
  • dem → mit gutem Wein (masculino, dativo)

Regra essencial: Se o chefe não está, eu sou o chefe. Sem artigo, o adjetivo precisa usar as terminações mais fortes para complementar todas as informações. É o que chamamos de "variação forte".

Cenário 3: O Chefe é confuso (Variação Mista)

A situação mais interessante chegou. Quando aparecem no time artigos indefinidos como ein, eine, é como se chegasse um chefe que fala pela metade, um pouco confuso.

Por exemplo, o chefe diz:

Ein Mann... (Um homem...)

Ein Buch... (Um livro...)

O problema é: só olhando ein, você não consegue ter 100% de certeza se é masculino nominativo (der Mann) ou neutro nominativo/acusativo (das Buch). A informação está incompleta!

Nesse momento, o funcionário (adjetivo), que é "esperto", tem que entrar em campo para "salvar a pátria".

Ele vai, com precisão, completar a informação onde o chefe foi ambíguo.

Ein gut_er_ Mann... (O 'ein' do chefe é ambíguo, o funcionário usa -er para complementar a informação de gênero masculino.)

Ein gut_es_ Buch... (O 'ein' do chefe é ambíguo, o funcionário usa -es para complementar a informação de gênero neutro.)

Mas em outras situações onde a informação é clara, como no dativo einem Mann, o -em do chefe já forneceu informação suficiente, e o funcionário pode voltar a "enrolar" novamente:

mit einem gut_en_ Mann... (O 'einem' do chefe é bem claro, o funcionário pode usar um simples -en.)

Regra essencial: O que o chefe não deixa claro, eu complemento. Essa é a essência da "variação mista" — agir apenas quando necessário, preenchendo as informações que o artigo indefinido deixou de fora.

Diga adeus à memorização maçante de uma vez por todas